numa noite dessas de inverno
poucas vezes me levantei da cama
mas quando saí, postei-me duas vezes atrás da porta
nas demais horas, rondei a mesa de jantar
também, agora lembro, deitei no chão do banheiro, no escuro
gritei, pois nunca houve a quem acordar
dediquei dezessete minutos a mim mesmo
uma homenagem silenciosa, espontaneamente triste
cheia de reticências que torturam qualquer alma
numa próxima vez, grito mais alto
mas é que não haverá a quem acordar
a quem recorrer
só está em mim o prazer que posso receber
numa noite dessas, ora!, me acabo de prazer!
terça-feira, 23 de agosto de 2011
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