quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

terça

A desilusão está aí para ser usada.
Mas eu a quero mais é longe. Para trocá-la de vez por amores aquecidos.
É, pois é. Dói como o golpe de uma espada.
E, como uma espada, apesar de rara, de vez em quando ainda faz uns feridos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Risíveis

Não se preocupe. Devo admitir que até aguardo ansiosamente pelo silêncio. É também violência, que não fere e, portanto, é ridícula.
Não poupe esforços – bata. Até o momento, somos apenas nós dois. Os amores nunca se aprofundam e, verdade da qual não faço parte (só aparento fazer), vivem numa ilusão, esta sim profunda.

Houve quem esbravejasse.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Não mais que brincar com as palavras

Aperto de perto sem medo você contra meu peito / não nego mas entrego num beijo meu jeito / é assim sem mais que te quero / te amo só mais um segundo / um absurdo certo e profundo.

Meu peito perto sem medo aperto de você / Nego meu jeito num beijo mas entrego / assim quero é sem mais que te / amo só um segundo mais / e um certo profundo absurdo.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Frágil

Fragilidade.
Vivida e irreversível.
Faz da pior das destruições
Algo previsível.
É a estrutura fraca.
Transparente e sem graça
Que se desfaz em mil decisões
Sem que nada por ela se faça.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Olhos

Olhos
De canto, que me vejam.
Qual o espanto.
Sem razão diante do corpo.
É só mais um corpo.

terça-feira, 20 de julho de 2010

jogo

Esqueça o tempo que pass-
Ou vai ficar achan-
Do meu passo sou eu que se-
Impróprio ou esquisi-
Tomando distânci-
A vida é assim.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Tá pra nascer

quem convence, sem mostrar os dentes?

sábado, 19 de junho de 2010

Com amor

Você pode segurar minha mão, quando quiser.
Não há arrependimento, apenas o sentimento de que algo nasceu bem aqui.
Numa das janelas que nos fazem ver o mundo, deixei meu corpo. Mas não a esperança. Agora.
Não fui eu que fingi um sorriso?
Esperam que os olhos fechados ainda possam ver algo apesar de tanta luz?
Aqui estamos com medo de virar a página.
E saber quem será o vencedor.

Apenas esqueci o que vem de cima.
A dor nunca deixará eles morrerem. De novo.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Questão

Todos falam da questão
A questão do pré-sal...
A questão da educação...
A questão da segurança pública...
Questão, invariavelmente, vem na frente de coisa importante.
O que deve ser discutido vem acompanhado da Questão.
A questão da reforma agrária é coisa séria. A questão do Pato Donald não ser um pato, mas um ganso, não é questão.

A questão não é democrática. Proponho aqui uma questão: a democratização da questão!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

questão

Um monte de livros de Freud, espalhados sobre e sob a mesa. Muito café, muitas horas. Sem, nem um pouco de entendimento. Não virá a luz. Pergunto:

_ Posso dar de ombros a toda essa merda?

terça-feira, 23 de março de 2010

Dia

_ Um dia sem nos vermos?
_ Sim...
_ Mas por que?
_ Porque tem que ser assim.
_ Mas você não está sendo espontâneo! Não se deve impor restrições às vontades...Não é vontade sua me ver?
_ Mas é só um dia!
_ A vida é curta; em um dia muita coisa acontece...em tão pouco tempo.
_ Não sabemos nada sobre o que ocorre por aí...só de nós! E é isso... por que importa, a nós, apenas nós mesmos?
_ A resposta é porque nós só podemos ser importantes a nós mesmos.
_ Um dia, não faz tanto vento assim...
_ Para mim é um vendaval!
_ Pois bem, amor...mas vendavais nunca precisaram de mais de poucas horas para destruirem lares.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Hora

_ Há quanto tempo não digo que não viveria sem você?
_ Não sei... uma semana?
_ Não, acho que não.
_ Então não sei.
_ Faz uma hora.
_ Uma hora. O que significa...
_ O que significa que agora já posso viver sem você.
_ Mas quando você disse aquilo há uma hora, você não queria dizer que não viveria sem mim em qualquer hora da sua vida?
_ Não exatamente. Veja, eu psso viver sem você. Mas naquela hora, hesitei em dizer que não conseguiria, pois senti, naquela hora, que não conseguiria.
_ Pensava que você me amava sempre, independetemente do tempo.
_ Naquela hora sim...
_ ...
_ Agora dá pra viver numa boa sem depender, para isso, de você.
_ Insensível!
_ Às vezes...
_ E quando será a próxima vez que não poderá viver sem mim?
_ Quando o despertador do celular tocar, amor. Quando o despertador tocar...

Minuto

_ Um minuto, por favor.
_ Claro. Vamos parar?
_ Não, apenas um minuto.
_ Você nunca me pediu um minuto antes? Está tudo bem?
_ Sim. E eu sei que é muito o que lhe peço.
_ Não... Só achei estranho.
_ Por que?
_ Ora. Você só quer um minuto de mim! Eu posso lhe dar muito mais do que isso. Posso te dar palavras, sonhos, sustos...
_ Um minuto. É pouco?
_ Muito pouco, para se esperar de quem ama.
_ Talvez seja o que você nunca me deu até agora.
_ Mas como saberei? Como saberei quando devo lhe dar um minuto? Como saber como posso lhe fazer contente com isso? Isso, que na minha opinião jamais seria dado a quem se ama. Imagina! Um minuto! Sendo que posso lhe dar mais, mais e mais! Responda-me... um minuto para quê você quer?
_ Dê-me um minuto para pensar, e já lhe respondo.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

untitled.

é dela que vem a chama
que em mim queima e inflama
uma, duas, três e quantas forem as vezes.
sufoca esperar por mais de uma semana.

é ela, quando ama.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

a palavra

não é a questão de ser
muito menos o conceito de questionar o ser

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

tudo o que aprisiona me assusta.
e tudo aprisiona.
porque é assim a vida.
uma indomável vontade de rebelar-se.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

2

quem errou?
quem sentiu primeiro?
quem venceu o medo?
quem viveu como viveu?
sou seu?
quem acertou?

não impessa a si mesma de sentir-se satisfeita.
sua liberdade é o que resta a você ou de você?