Estou impedido de prosseguir num relato. As palavras não suportam o que não pode ser dito, pois querem existir. Diante de quem me quer ouvir, eu não quero ser visto. As impressões – por eu ser só um ruído quando me posto na frente daqueles olhos – são somente avisos, sugestões para as quais não se dedica um minuto de pensamento.
Entre nós dois, não deve existir tema que faça ambos desgastarem-se numa reflexão sem fim. Tudo deve parecer ter certeza; não precisam, nós, de certeza, então? O conflito será cuidadosamente controlado; e o que virá – lágrimas, sorrisos, soluços e silêncios – durará até o último copo da noite.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
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